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Vínculo pai e filhote

E para fechar esse mês falando de vínculo vamos conversar um pouco sobre vínculo de pai e filho, essa relação entre duas pessoas que é específica e que prevalece através do tempo.

Alexandre e Gabi “shantalando” em casa
Reforçar o envolvimento do pai na gestação é extremamente importante para o desenvolvimento da paternidade, o vínculo afetivo e até mesmo o desenvolvimento do bebê. Esse foi um estudo realizado em Portugal e publicado numa revista de referência. Veja o estudo completo aqui.
Para Genesoni e Tallandini (2009) existem três grandes áreas de dificuldade para os homens durante o período de gravidez. A primeira refere-se a um sentimento de irreal, relacionado com a falta de provas visíveis do filho que vai nascer e do seu desejo simultâneo de criar uma ligação emocional com o bebê. A segunda área de dificuldade diz respeito ao relacionamento com a grávida, uma vez que a divergência entre as expectativas masculinas e femininas durante a gravidez e as necessidades discrepantes de ambos levam a um desequilíbrio no casal. Draper (2002) partilha da mesma opinião quando refere que os homens sentem dificuldade em abarcar a realidade da gravidez, ou seja, de a perceberem em toda a sua amplitude e nas grandes modificações que este período específico produz na vida do casal. Também as relações com os amigos e família se modificam. Estes demonstram muita preocupação com a evolução da gravidez, com a saúde e sentimentos da grávida o que pode originar no homem sentimentos de ciúme e exclusão. A terceira grande área de dificuldade de acordo com Genesoni e Tallandini (2009) diz respeito à formação da identidade de pai, que tem de se relacionar com as já existentes, nomeadamente de parceiro e filho. (Nogueira; Ferreira, 2012)

Ao longo dos anos o papel do pai durante a gravidez tem vindo a modificar-se, agora ele também se encontra realmente “grávido”, à medida que o papel de pai cresce no seu interior, exatamente como o bebê cresce no útero da sua companheira (Colman & Colman, 1994).

Por isso que ajudar o pai a se aproximar desse universo infantil e a participação pré natal é importante. O bebê não responde apenas a voz do pai, mas também ao seu carinho. O pai pode conversar e massagear suavemente a barriga da gestante com óleo vegetal percebendo os movimentos do bebê e as suas respostas, comunicando-se através do toque e criando intimidade com o pequeno.
E esse momento pode ser continuado após o nascimento do bebê através da Shantala. É uma oportunidade especial para o pai ter um contato mais prolongado com seu bebê após um dia de trabalho, fortalecendo o vínculo afetivo entre eles.

Se o pai sentir-se inseguro em massagear o bebê pode-se começar Shantala a três, mãe-bebê-pai com certeza será um momento familiar inesquecível. É interessante para o bebê receber o toque do pai e da mãe, pois são experiências diferentes sensoriais para o bebê. Depois de se habituar com a massagem vale a pena o pai ter esse momento de intimidade sozinho com o pequeno.

Hoje em dia fico extremamente feliz pela presença do pais  no curso de shantala. Fico ainda mais feliz em ver nos cursos domiciliares que o pai é o responsável por dar o banho no bebê diariamente e assim teu momento com o filhote e se dividem com a esposa na shantala. Um dia um aplica a técnica e vão intercalando entre eles.

Massageando o pequeno o pai se sentirá mais seguro. Afinal, temos que lembrar que o corpo do bebê é familiar para as mulheres porque brincamos de boneca. Já os meninos (infelizmente e devemos mudar isso) não, eles possuem brinquedos duros que não permitem uma intimidade com um corpo pequeno e saiba que isso influencia sim na paternidade.

Para o bebê, o envolvimento emocional com o seu pai é também fundamental, porque as diferenças que encontra no envolvimento entre o seu pai e a sua mãe, o estimulam de forma diferente, proporcionando-lhe uma experiência social mais vasta e muito importante para o seu crescimento e desenvolvimento (Edwards, 2002).

Então, espero você no próximo curso para conversarmos sobre isso e um pouco mais! Sobre carinho, amor e desenvolvimento!

Veja a agenda de curso aqui.

Denise Gurgel

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